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terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

14 de Fevereiro, dia de S. Valentim


Tudo tem um "porquê"! E vai daí... houve outrora um bispo, de sua graça Valentim, que lutou contra as ordens de um tal Cláudio II, imperador romano, que entendeu por bem proibir o casamento durante as guerras. Acreditava ele que os solteiros combatiam mais e melhor!
S. Valentim foi um clérigo que viveu no século III, em Terni, cidade do Império Romano. Nesse tempo as diversas campanhas levadas a cabo pelo imperador Cláudio II, fizeram com que os homens jovens fossem imprescindíveis. Estes, cansados do clima de guerra, queriam casar e constituir família, tornando-se cada vez mais difícil recrutar novos soldados. Para contrariar esta tendência, o dito imperador decretou que fossem proibidos todos os casamentos e noivados.
O bispo Valentim, além de continuar a celebrar casamentos, ele próprio deu o exemplo casando-se secretamente! Defensor acérrimo do amor,  acreditava que a felicidade não tinha preço, formando até um movimento revolucionário que lutava contra as tiranias do Imperador.
No entanto, ontem como hoje, não havia nada que não se soubesse e a prática foi descoberta. O pobre Valentim foi preso e condenado à morte. Por amor! Restou-lhe a consolação das flores que muitos jovens, talvez por essa mesma juventude irreverente e audaz, lhe enviavam juntamente com bilhetes manifestando, ainda, a sua credulidade no amor romântico. 
Foi esse amor que ele sentiu, apaixonando-se pela filha cega de um carcereiro, enquanto esperava pela execução da sua sentença de morte. Entretanto, milagrosamente,  fez retornar a luz aos olhos da sua apaixonada, com uma mensagem de adeus, assinando: “O seu Namorado” ou “Do seu Valentim”.

Foi decapitado no dia 14 de Fevereiro, por volta do ano 270 d.c., sendo considerado mártir pela igreja Católica.
 
Alguns séculos mais tarde, Valentim foi santificado e a partir de então, o dia da sua morte, 14 de Fevereiro, passou a ser celebrado por todos os casais apaixonados e o santo ficou conhecido como o Padroeiro dos Namorados.   
Actualmente, o dia é principalmente associado à troca mútua de recados de amor em forma de objectos simbólicos, incluindo a silhueta de um coração e a figura de um Cupido com asas. Os recados manuscritos, cuja prática teve início no séc. XIX, foram industrializados, dando origem aos mais variados modelos adaptados a todos os gostos. Estima-se que, no mundo, sejam enviados, nesta data, cerca de mil milhões de cartões com mensagens românticas, além dos presentes trocados. 
O dia de S. Valentim era até há algumas décadas uma festa comemorada principalmente em países anglo-saxónicos, mas, ao longo do século XX, o hábito estendeu-se a muitos outros países, entre os quais Portugal e Brasil que comemora a data no dia 12 de Junho, tal como já aconteceu em Portugal. 
Era um desperdício perder a oportunidade comercial, sendo o Dia dos Namorados ou Dia de São Valentim uma data tão especial, comemorativa de celebração da união amorosa entre casais. Predispostos à oferta...
Dado que o Dia dos Namorados celebra o amor, a paixão entre amantes e a partilha de sentimentos, todos os anos, no dia 14 de Fevereiro, ocorre a azáfama da troca de chocolates, envio de postais e de oferta de flores. Muitos casais planeiam jantares românticos, noites especiais e fazem planos para surpreender e agradar à sua "cara-metade". Há também quem escolha este dia para se declarar à pessoa amada e ainda quem, embebido pelo espírito do dia, avance com pedidos de casamento.





 
Ao longo da História, muitas são as histórias de casais famosos, que, tendo existido na realidade ou não, emocionaram as pessoas pela forma exemplar da sua paixão:





Pedro e Inês

Esta é uma história antiga e verdadeira que tem como cenário as belas cidades de Lisboa e Coimbra.
D. Pedro, infante de Portugal, filho do rei Afonso IV e da Rainha D. Beatriz, estava na idade de casar e garantir a descendência do reino, pelo que o seu pai mandou vir de Espanha uma donzela galega, de nome Constança Manuel, que se fazia acompanhar por uma belíssima dama de companhia, D. Inês de Castro.
Assim que se conheceram, Pedro e Inês logo se apaixonaram, no entanto, e por respeito à princesa Constança, nunca puderam concretizar o seu amor. A princesa, esposa atenta e dedicada, logo percebeu o interesse do marido pela sua amiga e como forma de evitar um romance entre ambos, escolheu a dama para madrinha de baptismo do seu primeiro filho, Luís. No entanto, esta estratégia não deu grandes frutos, uma vez que o bebé, criança de saúde bastante débil, acabou por falecer, quebrando assim os laços quase familiares que uniam estas três personagens.
A morte prematura de D. Constança, que morreu ao dar à luz a infanta Maria, permitiu que os dois amantes pudessem finalmente viver em pleno o seu amor.
Inês de Castro passou a habitar junto do Convento de Santa Clara, num pavilhão de caça que pertencia à família, situado na cidade de Coimbra, onde o seu amor pelo príncipe deu frutos, pois dele nasceram quatro filhos.
Os dias de felicidade entre o príncipe e a sua amada duraram cerca de dez anos, mas uma sombra de tristeza abateu-se sobre os céus de Coimbra. D. Afonso IV, temendo a influência dos irmãos de Inês de Castro (fidalgos influentes da corte de Castela) sobre o príncipe D. Pedro, mandou três dos seus conselheiros a Coimbra para tentarem convencer D. Inês a deixar o príncipe. Perante a recusa desta, degolaram-na sem qualquer piedade.
Ao ver a amada morta, D. Pedro jurou vingança contra aqueles que provocaram a sua desgraça e só descansou quando castigou os seus inimigos.
Para homenagear a sua amada, D. Pedro mandou construir o monumental Mosteiro de Alcobaça, onde repousam até hoje os seus corpos em dois ornamentados túmulos que se encontram frente a frente.
Para a História ficou a cerimónia de coroação de D. Inês, que mesmo depois de morta foi aclamada rainha e reconhecida pela corte.

Eros e Psique

Eros and Psyche 5 Eros, Deus Grego do Amor, também conhecido como Cupido (mitologia Romana, filho de Vénus) é protagonista de uma das mais bonitas histórias de amor de sempre.
Num reino longínquo, existia um rei muito poderoso que tinha três filhas, cuja beleza despertava o interesse de inúmeros pretendentes. Duas delas logo se casaram, mas uma, Psique, recusou-se a fazê-lo porque dizia ainda não ter encontrado o verdadeiro amor.
Os pais, preocupados com a solidão da filha, resolveram perguntar a um oráculo o que deveriam fazer, ao que ele respondeu que deveriam vestir a sua filha de noiva e deixá-la no cimo de um monte. Eles assim o fizeram e Psique foi arrastada pelo vento até um reino maravilhoso, onde tudo era mágico.
Quando a noite chegou e Psique se foi deitar, sentiu a presença de alguém, que lhe disse ser o seu companheiro, mas que ela nunca o poderia ver, pois se o fizesse, correria o risco de o perder para sempre. A partir de então, Psique conheceu os momentos mais felizes da sua vida, onde tinha tudo aquilo que sempre sonhara. Amava e era correspondida, o que a fazia muito feliz. No entanto, os dias de felicidade não duraram muito, pois a rapariga começou a sentir saudades da família e resolveu ir visitá-los. As irmãs, cheias de inveja da sua felicidade, convenceram-na a ver o marido.
Quando chegou a casa, esperou que ele adormecesse e acendeu uma vela para ver o seu aspecto. Ao ver a sua beleza ficou tão emocionada que, por descuido, lhe deixou cair um pouco de cera em cima, o que fez com que ele acordasse. Ao ver que a esposa tinha quebrado a promessa, cumpriu com a sua palavra e abandonou-a para sempre.
Esta sofreu tanto, que passou a vaguear pelo mundo, até que sucumbiu a um sono profundo. Eros, ao ver o sofrimento da amada, pediu a Zeus que a ressuscitasse, pedido que foi concedido. Assim, Eros (um Deus Imortal) uniu-se a Psique (Mortal) - que passou a representar a Alma Humana – no Monte Olimpo, onde permaneceram felizes, vivendo o seu amor para toda a Eternidade.
A partir de então, o Amor e a Alma estão sempre unidos em todos o romances de Amor, pois estes têm a protecção de Eros e da sua inseparável Psique.

Cinderela e o Príncipe Encantado

Há muitos anos atrás, num reino distante vivia uma rapariguinha, feliz e muito bela. Ela vivia na companhia de seus pais, um casal muito unido e feliz. Tudo estava bem, até que a mãe da menina, de seu nome Cinderela, faleceu, deixando a sua filha e marido muito tristes.
Durante muitas anos, o pai de Cinderela viveu sozinho, fechado na sua dor, apenas interessado na felicidade da sua filha. Porém, um dia, conheceu uma bela mulher com quem casou. Esta tinha duas filhas e apesar de se mostrar muito simpática e disponível, apenas estava interessada nos bens materiais do marido. Assim, aproveitando a sua ausência, obrigou a enteada a fazer todos os trabalhos domésticos, proibindo-a de frequentar a casa, tendo, desta forma, de dormir na cozinha. Esta situação durou alguns anos, uma vez que o pai de Cinderela teve de se ausentar por muito tempo.
Contudo, um belo dia, o rei do reino onde vivia Cinderela e a sua família decidiram organizar uma festa para a qual convidaram todas as raparigas jovens do reino, com a finalidade de encontrar uma esposa para o seu filho. A família de Cinderela também foi convidada, mas a madrasta proibiu-a de ir. A jovem ficou muito triste e após a saída da madrasta e das meias-irmãs, esta pôde chorar a sua tristeza à vontade. Mas, de repente, surge uma fada madrinha que, num passo de magia, lhe faz aparecer um lindo vestido, uns sapatos de cristal e uma bela carruagem. No entanto, antes de partir, a fada avisou-a que deveria voltar para casa antes da meia-noite, ou a sua bela roupa, sapatos e carruagem desapareceriam.
Assim que entrou na festa, todos os olhares se voltaram para ela, pela sua beleza e simplicidade. O príncipe, assim que a viu, nunca mais a largou. Dançaram toda a noite e, ao chegar a meia-noite, Cinderela teve de se ir embora, deixando o príncipe muito triste, pois a única coisa que tinha da sua amada era um sapatinho de cristal, que ela, com a pressa, tinha deixado nas escadas do palácio.
Desesperado à procura da dona do seu coração, o príncipe percorreu todo o reino, fazendo com que todas as donzelas experimentassem o sapatinho. Já quase sem esperança, entrou em casa de Cinderela, a quem a madrasta se apressou a esconder. Esta ansiava que o sapato entrasse no pé de uma das suas filhas, contudo, tal não aconteceu. Quando o príncipe já estava de saída, ouviu um ruído vindo da cozinha e foi ver o que era. Assim que viu Cinderela logo lhe colocou delicadamente o sapato no pé. Logo que Cinderela calçou o sapato, as roupas da rapariga transformaram-se no belo vestido do baile, reconhecendo-a o príncipe de imediato e levando-a até ao palácio, onde a apresentou aos pais como sua futura mulher.
No dia do casamento, Cinderela recebeu a visita do pai, recém-chegado da sua viagem. Este, ao saber das maldades da sua esposa e enteadas, saiu de casa e foi viver para junto da sua filha, no palácio real, onde a felicidade e a alegria voltaram a fazer parte da vida de Cinderela.

Romeu e Julieta

Esta é provavelmente uma das mais conhecidas histórias, que, embora não se tenha passado na realidade, comoveu e continua a comover pessoas no mundo inteiro.
Filhos de duas famílias rivais, esta história começa quando Romeu, membro da família Montecchio, vai disfarçado, a uma festa na casa dos Capuleto. Lá, diverte-se com os seus amigos, até que conhece uma bela jovem, pela qual se apaixona perdidamente. A rapariga é Julieta, filha da família Capuleto, rival dos Montecchio. Sem saber de nada, os dois jovens, dançam, conversam e trocam juras de amor. A noite acaba e quando se despedem, percebem que são filhos de famílias rivais, mas nem mesmo este facto separa os dois apaixonados que combinam novo encontro.
Como o seu amor parece impossível, resolvem casar com a ajuda da ama de Julieta e do frei João, que acreditavam que o casamento dos dois podia contribuir para colocar um ponto final na rivalidade entre as duas famílias. Assim sendo, acabam mesmo por casar.
Mesmo antes de consumar o casamento, Romeu e os seus amigos envolvem-se numa discussão violenta com Tebaldo, o primo de Julieta, e seus amigos. Tebaldo, acaba por assassinar Mercúcio, o melhor amigo de Romeu, que sedento de vingança tira a vida a Tebaldo. Por esta atitude impensada é deportado e antes de partir passa uma noite de amor com Julieta e promete-lhe que vai arranjar uma forma de ficarem juntos.
Frei Lourenço, conversa com Julieta e dá-lhe um frasco com uma poção que faz com que pareça morta durante 24 horas. A rapariga deve beber o líquido e deixar que a coloquem no jazigo da família, onde Romeu a irá buscar para depois fugirem e poderem viver o seu amor.
Tudo acontece dentro do previsto, no entanto, a carta que Frei Lourenço escreve a Romeu nunca lhe é entregue, mas chegam boatos, sobre a morte de Julieta, a Romeu que regressa a Verona, sua terra Natal, onde encontra a sua amada a dormir (ele pensa que está morta). Desesperado, bebe um frasco de veneno e assim que este começa a fazer efeito, Julieta acorda e assiste à morte do amado. Como sabe que não consegue sobreviver sem Romeu, pega na sua espada e põe fim à sua vida.
Quando sabem da morte dos filhos, quer os Montecchio quer os Capuleto sentem-se culpados e resolvem fazer as pazes, permitindo assim que a paz e a serenidade regressem à pacata cidade de Verona.


Fontes: Wiki, Filhos de A a Z, História de S. Valentim-Dia dos Namorados-kazulo.





sábado, 9 de fevereiro de 2013

Carnaval








A história do Carnaval começa no princípio da nossa civilização, na origem dos rituais, nas celebrações da fertilidade e da colheita nas primeiras lavouras, nas margens do Nilo, há seis mil anos, quando os primeiros agricultores exibiam as suas habilidades. Já nas cavernas se reuniam em volta da fogueira, da dança, da música, da celebração... Assim as primeiras celebrações carnavalescas foram na intenção da Deusa Isis, no Egipto Antigo. 

Na Roma Antiga prestava-se culto aos Deuses Baco, Saturno e Pã, com bacanais, saturnais e lupercais, respectivamente. A Sociedade Clássica acrescenta ainda uma função política de distinção social às celebrações, tolerando o espírito satírico, a crítica aos governos e governantes nos festejos. Os gregos, prestavam culto ao Deus Dionisus com as celebrações dionisíacas. 
Em Roma, a importância das saturnais era tanta, ao ponto de tribunais e escolas encerrarem durante o evento, os escravos serem alforriados e as pessoas saírem às ruas para dançar, numa manifestação de alegria incontida. A abertura das festividades, ao Deus Saturno, fazia-se com carros, decorados de maneira a aparentar navios, que deslizavam pela "avenida", com homens e mulheres nus, designados por Carrum Navalis (os carros navais que faziam a abertura das Dionísiacas Gregas nos séculos VII a.C. e VI a.C.).  
Há quem diga que essa foi a origem da palavra carnevale. É uma possibilidade, a outra  é de origem cristã. A palavra pode ter surgido quando Gregório I, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que antecede a Páscoa. Ao domingo anterior deu o nome de “carne levamen”, que representa a acção de “tirar a carne”. Na terça-feira de Carnaval, seria o último dia em que era permitido comer carne, pois, de seguida, viriam os 40 dias de jejum até à Quaresma
.
 
Na Grécia, as primeiras manifestações carnavalescas verificaram-se em meados dos anos 600 a 520 a.C., através das quais os gregos realizavam os seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela produção. Mais tarde, tanto os gregos como os romanos inseriram bebidas e práticas sexuais nos festejos.

A civilização judaico cristã fundamentada na abstinência, na culpa, no pecado, no castigo, na penitência e na redenção renega e condena o Carnaval. Porém, muito embora os seus principais representantes fossem contrários à sua realização, no séc. XV, o Papa Paulo II contribuiu para a sua evolução com uma mudança estética, ao introduzir o baile de máscaras, quando permitiu que em frente ao seu palácio, na Via Lata, se realizasse o Carnaval romano. Como a Igreja proibira as manifestações sexuais no festejo, optou-se por manifestações alternativas: corridas, desfiles, fantasias, ... . Estava reduzido o Carnaval à celebração ordeira, de carácter artístico, com bailes e desfiles alegóricos.
 
Primeiro o Egipto, secundado por Grécia e Roma Antigas e depois o Renascimento Europeu, particularmente Veneza, logo o Carnaval encontra no Rio de Janeiro o seu centro de excelência, resgatando o espírito de Baco e Dionisus. Assim, a história do Carnaval  acompanha a própria história da humanidade, se  dividida em quatro períodos: o Originário, (4.000 anos  a.C. ao século VII a.C.), o Pagão, (do século VII a.C. ao século VI d.C.), o Cristão ( do século VI d.C. ao século XVIII d.C.) e o Contemporâneo (do século XVIII d.C. em diante).
 
Com o Concílio de Trento, em 1545, o Carnaval voltou a ser uma festa popular, chegando ao Brasil, por volta de 1723, sob influência europeia. Ocorria através de desfiles de pessoas fantasiadas e mascaradas. Somente no século XIX é que os surgiram os cortejos carnavalescos com carros decorados e pessoas fantasiadas de forma semelhante à de hoje.
O Carnaval, apesar de não estar na "carta de recomendações" da igreja, dadas as suas origens pagãs e obscenas, foi marcando presença. Tal facto levou a que a igreja agendasse a folia carnavalesca determinando que a sua realização ocorre-se antes do inicio da Quaresma, período de jejum e abstinência que antecede a Páscoa.
A Portugal chegou no séc. XV e XVI com o nome de Entrudo – introdução à Quaresma. Era festejado de forma muito violenta. No final do séc. XIX nas aldeias Portuguesas, o carnaval era o momento da igualdade e da liberdade para todos, nas cidades era considerado uma luta de classes.

Hoje, o Carnaval é considerado a grande manifestação de alegria popular. Um momento de convívio, onde o sarcasmo e a sátira social estão em constante presença.

Como refere Virgílio Ferreira, “Que ideia a de que no Carnaval as pessoas se mascaram. No Carnaval desmascaram-se”, vindo de encontro ao que desde sempre sugeri: "no Carnaval, aproveite, tire a máscara e seja você mesmo, toda a gente vai pensar que está a representar"!


"No Entrudo come-se tudo"

O antigo Entrudo português - caceteiro e ofensivo, avinhado e licencioso, tinha um dito relacionado com a comida: "No Entrudo come-se tudo".
Mas é preciso cuidado com afirmações definitivas: no Entrudo, não tem lugar o peixe, que segundo a sabedoria popular não puxa carroças, e nesta quadra festiva há sempre carroças a puxar, algumas bem pesadas por sinal.
O Carnaval é festejado nos três dias que antecedem a Quaresma, que começa na Quarta-Feira de Cinzas e se prolonga até à Páscoa.
Mas em rigor, logo a seguir à quadra natalícia, mais concretamente no termo do período dos doze dias que vão do Natal aos Reis, começa a preparar-se o ambiente para o Carnaval. E pode-se dizer que noutros tempos a época carnavalesca começava mesmo no Dia dos Reis, 6 de Janeiro. A partir de então, os domingos eram assinalados por festas já carnavalescas e grandes comezainas, o que levou a apor-lhes o designativo de Domingos Gordos.
Assim nasceram as feijoadas de Carnaval, e diga-se desde já que as melhores são as do Norte, com destaque para as transmontanas, enriquecidas com o fumeiro da região.
Na Beira Litoral, faz-se uma feijoada com orelheira, a que se juntam muitos nabos (4 para 1 orelha) e a respectiva rama, tenrinha.

Nas Minas da Panasqueira, há uma feijoada temperada com massa de pimentão, e na qual, do porco, só se usam os pezinhos.

No Porto, toda a gente sabe, fazem-se grandes feijoadas e diga-se enfim que as tripas não seriam o que são se lhes faltasse a saborosa leguminosa. Falta acrescentar que os açorianos juntam à feijoada ramos de funcho, prevenindo assim eventuais flatulências.
Manda a tradição que a feijoada seja sempre acompanhada por arroz, e há uma explicação para o facto: o cereal melhora a qualidade das respectivas proteínas.
No Norte, em princípio, o arroz é de forno, devendo ser servido no recipiente em que foi cozinhado. Será necessário dizer ainda que as feijoadas são melhores se forem reaquecidas.
O feijão chegou à Europa Ocidental em 1528 e os historiadores atribuem o feito ao Papa Clemente VII que, tendo recebido das Índias Ocidentais umas estranhas sementes em forma de rim, ordenou a um frade, Piero Valeriano, que as semeasse.
Os resultados finais foram excelentes: além do mais, os frutos produzidos (baptizados com o nome de "fagioli", por fazerem lembrar as favas) eram agradáveis ao paladar.
Quando Catarina de Médicis viajou para Marselha, para casar com o Duque de Orleães, futuro Henrique II, o frade Valeriano explicou-lhe que os homens também se conquistam pelo estômago e meteu-lhe na bagagem um saco com feijões.
Parece que o frade tinha toda a razão. 
(Festas e Comeres do Povo Português-Editorial Verbo)

Assim, de preferência gordo, no "Entrudo come-se tudo" - expressão popular que revela a ecléctica apetência da quadra para os sabores da mesa. No entanto, apesar de o porco ser rei, o galo também canta nesta quadra, antes das filhoses e do arroz doce populares e saborosos.

 

O galo consome-se, por exemplo, em Barranco o Velho, no concelho algarvio de São Brás de Alportel. É tradição reservar, para a época, o melhor galo da criação, denominado Galo do Entrudo. 

  

  

 

Resultado de imagem para caretosA energia acumulada com estas comidas fartas e gordas é despendida nas brincadeiras propiciadas pela quadra, com chocalhadas, caretos(*) e muitas danças, rituais pagãos que, por tradição, visam expulsar "as forças malignas do Inverno" e festejar o início da Primavera, "a renovação da vegetação".

 

O Carnaval do Brasil, considerado o maior carnaval do mundo pelo Guinness Book, é um espectáculo de grande beleza. Comemorado em Portugal desde o século XV, foi introduzido pelos portugueses na então colónia do Brasil, e em finais do séc. XVIII a sua prática tinha-se já estendido por todo o território, mas apenas limitado a brincadeiras e folguedos.


Com a mudança da corte portuguesa para o Rio de Janeiro, a festa carnavalesca brasileira alargou-se às modas dos bailes e dos passeios mascarados parisienses, necessitando já de um forte controlo policial. Sendo que a partir do ano de 1830, se sucede uma série de proibições, na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.
O Carnaval acontece em quase todas as cidades brasileiras com destaque para as festas em São Paulo, Salvador na Baía, Ouro Preto em Minas Gerais, entre muitas outras. Geralmente é uma festa que se prolonga pelo período de 10 dias e acaba no raiar da Quarta-feira de Cinzas.



Aproveite! Esta vida são dois dias, e o Carnaval são três...






(*) - O careto é típico do nordeste transmontano de Portugal. É representado por um homem usando uma máscara feita de couro e latão, na qual sobressai o nariz pontiagudo. Há outra versão em que a máscara é feita em madeira pintada de cores vivas - amarelo, verde, vermelho ou preto, ou ainda outra, usada em Lazarim (Beira Alta), feita de madeira de amieiro decorada com chifres e outros adereços.

     
A cor é também um dos atributos mais visíveis das suas vestes: fatos de colchas franjados de lã vermelha, verde e amarela, com enfiadas de chocalhos à cintura e bandoleiras com campainhas. Da sua indumentária, faz também parte um pau que os apoia nas correrias e saltos. A rusticidade do ambiente é indissociável desta figura misteriosa.
A tradição dos Caretos supõe-se que tenha raízes célticas, de um período pré-romano. Provavelmente, está relacionada com a existência dos povos Galaicos (Gallaeci) e Brácaros (Bracari) no norte de Portugal e na Galiza.


A festa dos caretos faz parte de uma tradição milenar que é celebrada em Portugal no Entrudo. Em Trás-os-Montes festeja-se em várias aldeias dos concelhos de Vinhais, Bragança, Macedo de Cavaleiros (especialmente Podence) e Vimioso, e na Beira Alta em Lazarim.






Fontes: Wiki, Calendar r Portugal, Liliana Correia-PQ Jornal, Café Portugal.











terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Moda Verão 2013: tendências no masculino

As tendências da moda masculina, Verão 2013, manifestam-se em todos os quadrantes:   estampas tropicais, tons pastéis, roupas desportivas e, claro, a clássica alfaiataria. Todas estas variantes fazem parte da colecção de Verão dos mais reputados costureiros e das grandes marcas.  
Tem tudo ao dispôr para optar por aquela tendência que se adequa na perfeição ao seu estilo e personalidade. Para não falar do "humor do dia"... 
A estamparia é uma das fortes tendências que não ficou restrita ao guarda-roupa feminino e vem dar um aspecto mais alegre e tropical à moda masculina. Inspiradas nos temas tropical paradise e garden party, diversas griffes criaram looks ousados e chiques.

                       


  

                   

                      



         

                          

O tom pastel está em alta, sendo aposta de muitas griffes para realçar o charme masculino. Azul bebé, amarelo, verde menta, rosa e lilás, assim  como o branco, marrom claro e cinza compõem a paleta de cores. Estes tons usados, sobretudo, nas camisas, qualquer que seja o comprimento da manga, são de fácil combinação com bermudas e calças de materiais mais leves. 
Para um visual assaz desportivo e/ou casual, as t-shirts vieram para ficar. Com estampas fotográficas, paisagens, meios de locomoção e feições despojadas, não podem faltar, este Verão, no armário do homem actual.
                           

   



    

         


A alfaiataria, um clássico da moda internacional, marcou também presença na colecção Verão/2013 de muitas griffes. Elegante e sofisticada, nesta época, além da combinação tradicional, é usada também com t-shirts arrojadas, para um look despretensioso e cheio de charme. As calças e os blazers aparecem num comprimento mais curto, além de mais ajustados ao corpo delineando as formas.

      




Houve sandálias compondo looks de alfaiataria em substituição do clássico sapato,  num estilo ousado e vanguardista. Em couro, com tiras, usadas até com meias.

  
 
Também muito vista, nas semanas de moda internacionais, foi a roupa desportiva. O sportswear, por ser um recurso muito prático, promete continuar como forte tendência nas próximas temporadas. Blusões de tecidos impermeáveis, shorts mais curtos, calças de corrida, regatas com capuz foram algumas das peças presentes.

   





         
 

 

As listas são grandes aliadas quando o assunto é moda. Horizontais ou verticais, usadas convenientemente, tornam o visual mais esguio. A padronagem listada é hoje uma das predilectas entre homens de todas as faixas etárias.




      

Na ribalta estão já os novos cortes de cabelo. Obviamente, variam de acordo com a espessura, formato do rosto e gosto pessoal, variações essas que cada um escolherá para valorizar o seu visual em consonância com as características dos seus cabelos, lisos ou crespos. Em caso de dúvida, não hesite em consultar um profissional especializado e habilidoso para dar-lhes a forma mais adequada.

   


Uma outra tendência é o militarismo, já consagrado como clássico no guarda roupa masculino.


 


Para cada ocasião e/ou estado de espírito tem uma multiplicidade de opções. Fica ao seu cuidado e gosto fazer a respectiva adaptação ao seu estilo. Não raro, basta um pequeno toque para fazer toda a diferença. Sem mais custos...