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domingo, 12 de agosto de 2012

"Hard day. Soft nappy"!



Um dia voltado para a "hibernação" e melancolia! Um laisser faire, laisser aller, laisser passer... Abandono!
Dia de azar

Vou cobrir-me de papéis finos escritos a tinta permanente.
O dia foi mesmo azarado, só me apetece apagá-lo ou deixá-lo indelével nas conclusões, apenas a marca da emenda. Começou com o excesso da reunião da manhã e acabou com o comandante pouco generoso. Quando o azar chega, traz sempre acompanhante, devem-me ter rogado na pele.
Salvou-o o e-mail servido em bandeja de prata com cheiro a rosa, que chegou pela hora do almoço. Palavras doces e saudosas que me mantiveram embalada no regresso ao sonho, até ao fim do cachorro que devorei em 20 minutos.
Não fosse esta maré de desventuras e bem estaria na certeza que não existe, nem encontrará mais nenhuma que o sinta como eu, que pulse no mesmo ritmo, que pressinta os mesmos medos mesmo antes de eles se apoderarem de nós.
O que eu acredito é que o amor é uno. Não é que se possuam as estrelas porque brilham junto à nossa cabeça, também visíveis a outros, mas o que defendo é o direito ao meu pedaço de céu, que nunca seja invadido por meteoritos enormes.
Mas também não quero viver noite após noite encoberta, sem estrelas e sem luar, e com trovões rompendo o céu de quando em onde.

- Lusopoemas


 Só o Presente é Verdadeiro e Real

A persistência da Memória (Salvador Dali - 1931)
Um ponto importante da sabedoria de vida consiste na proporção correcta com a qual dedicamos a nossa atenção em parte ao presente, em parte ao futuro, para que um não estrague o outro. Muitos vivem em demasia no presente: são os levianos; outros vivem em demasia no futuro: são os medrosos e os preocupados. É raro alguém manter com exactidão a justa medida. Aqueles que, por intermédio de esforços e esperanças, vivem apenas no futuro e olham sempre para a frente, indo impacientes ao encontro das coisas que hão-de vir, como se estas fossem portadoras da felicidade verdadeira, deixando entrementes de observar e desfrutar o presente, são, apesar dos seus ares petulantes, comparáveis àqueles asnos da Itália, cujos passos são apressados por um feixe de feno que, preso por um bastão, pende diante da sua cabeça. Desse modo, os asnos vêem sempre o feixe de feno bem próximo, diante de si, e esperam sempre alcançá-lo.
Tais indivíduos enganam-se a si mesmos em relação a toda a sua existência, na medida em que vivem ad interim, até morrer. Portanto, em vez de estarmos sempre e exclusivamente ocupados com planos e cuidados para o futuro, ou de nos entregarmos à nostalgia do passado, nunca nos deveríamos esquecer de que só o presente é real e certo; o futuro, ao contrário, apresenta-se quase sempre diverso daquilo que pensávamos.
O passado também era diferente, de modo que, no todo, ambos têm menor importância do que parecem. Pois a distância, que diminui os objectos para o olho, engrandece-os para o pensamento. Só o presente é verdadeiro e real; ele é o tempo realmente preenchido e é nele que repousa exclusivamente a nossa existência. Dessa forma, deveríamos sempre dedicar-lhe uma acolhida jovial e fruir com consciência cada hora suportável e livre de contrariedades ou dores, ou seja, não a turvar com feições carrancudas acerca de esperanças malogradas no passado ou com ansiedades pelo futuro. Pois é inteiramente insensato repelir uma boa hora presente, ou estragá-la de propósito, por conta de desgostos do passado ou ansiedades em relação ao porvir.

-Arthur Schopenhauer, in 'Aforismos para a Sabedoria de Vida'.




ONE DAY - Gary Moore

 I've seen that look somewhere before
Your sorrow's like an open door
You've been this way for much too long
Somebody must have done you wrong

But one day the sun will shine on you
Turn all your tears to laughter
One day your dreams may all come true
One day the sun will shine on you

I've seen that look so many times
I know the sadness in your eyes
Your life is like a wishing well
Where it goes, only time will tell
One day the sun will shine on you
Turn all your tears to laughter
One day your dreams may all come true
One day the sun will shine on

Say goodbye to the lonely nights
Say goodbye to the Northern Lights
Say goodbye to the cold north winds
Say goodbye to the autumn leaves

One day the sun will shine on you
Turn all your tears to laughter
One day your dreams may all come true
One day the sun will shine on you

One day the sun will shine on you
 
One day the sun will shine on you... 

Derramado  

Raro e vazio dia.
Calmo e velho dia.
Os membros lassos debruados deste cansaço sem porquê.

Raro e vazio dia,
assim inteiro e implacável
na solidão grave e trágica do meu quarto nu.

Perdido, perdido, este vagabundear dos meus olhos

sobre os livros fechados e decorados,
sobre as árvores roídas,
sobre as coisas quietas, quietas...

Raro e vazio dia
na minha boca pálida e pouca,
sem uma praga para quebrar a magia do ópio!


- Fernando Namora, in 'Mar de Sargaços





















Cai a Chuva Abandonada  

Cai a chuva abandonada
à minha melancolia,
a melancolia do nada
que é tudo o que em nós se cria.

Memória estranha de outrora
não a sei e está presente.
Em mim por si se demora
e nada em mim a consente

do que me fala à razão.
Mas a razão é limite
do que tem ocasião

de negar o que me fite
de onde é a minha mansão
que é mansão no sem-limite.
Ao longe e ao alto é que estou
e só daí é que sou.

- Vergílio Ferreira, in 'Conta-Corrente 1'










1 comentário:

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