Pesquisar neste blogue

domingo, 12 de agosto de 2012

Tributo feminino a Yves Saint Laurent




O smoking feminino, apresentado pela primeira vez em 1966, com uma blusa transparente e uma calça masculina, é a marca revolucionária de Yves Saint Laurent. Depois disso, o traje passou a desfilar em todas as colecções do estilista.
Entre todas as suas criações, "le smoking", como foi chamado, sinalizava uma mudança na forma como as mulheres se vestiriam dali por diante. A liberdade dada por Chanel, agora ganhava poder com o novo traje e tudo o que ele representava - uma nova atitude feminina.
Reuters
Le smoking
Hoje as mulheres andam normalmente de blaser e calças compridas. Isso é normalíssimo, quotidiano, um dado adquirido, mas naquela época a mulher estava proibida de entrar num hotel, ou mesmo num restaurante, com semelhante indumentária.
"Le smoking", usado até hoje, foi uma provocação sexual, dirigido à mulher que queria ter um outro papel.
Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent, nasceu em Oran, na Argélia, então possessão francesa, no dia 1 de Agosto de 1936. Aos 17 anos, deixou a casa dos pais para trabalhar com o estilista Christian Dior, de quem herdou o controlo criativo da casa Dior após a morte do seu fundador, Christian Dior, em 1957, com apenas 21 anos de idade, assumindo o desafio de salvar o negócio da ruína financeira.
Depois de ter sido despedido da Christian Dior, por ter lançado uma colecção com as insígnias da marca que rompiam com os cânones da moda da altura, sendo, por isso, mal recebida pelo público e pela crítica, Yves Saint Laurent, lançaria pouco depois, em Janeiro de 1962, a sua primeira colecção com a sua própria marca, YSL, num memorável desfile.
Le smoking
Apontado como o criador que mais se esforçou por intelectualizar a moda feminina, erotizar a masculina e diluir a fronteira entre os dois géneros, foi o génio que a actriz francesa Catherine Deneuve nunca se cansou de elogiar, desde que lhe criou os figurinos de "Belle de jour", o filme que Luis Buñuel realizou em 1967.
Os seus vestidos foram usados por celebridades como a princesa Grace Kelly do Mónaco, Paloma Picasso, Naomi Campbell ou ainda Loulou de la Falaise e algumas das suas criações inspiradas em Marilyn Monroe, Wagner, Van Gogh ou Mondrian. Teve a ousadia de ser o próprio a servir de modelo, embora tímido, numa sessão de fotografia que protagonizou nu, destinada a promover o primeiro perfume masculino com o seu nome, em que foi fotografado por Jeanloup Sieff.

 Mondrian, Yves Saint-Laurent
Decorria o ano de 1965 quando Yves Saint Laurent assinou a criação que seria uma moda eterna, baseando-se em linhas rectas inspiradas na obra de Mondrian, para criar um vestido que colocou a geometria nas passarelles e guarda-roupas – e de lá nunca mais saíram. 
No Verão 2012, essas linhas chegam em força. Das mais variadas formas, entre triângulos, círculos e quadrados, com diferentes modelagens. Estampas criam jogos ópticos, sobreposições criam movimento, aparecem novos grafismos. 
É o tipo de moda intemporal e, como dizia o próprio estilista Saint Laurent, "as linhas vigorosas caem muito bem no corpo feminino".  Falando quem sabe, só resta confiar!




Vitrine da loja YSL em Beverley Hills
Nos anos 60 e 70, a marca tornou-se conhecida em todo mundo, quer pela sua funcionalidade quer pela sofisticação, culminando a sua criatividade com o lançamento do já referido smoking feminino que, doravante, permitiu às mulheres trabalharem de calças compridas.
Em 1966, foi o primeiro a popularizar o prêt-à-porter, a moda de bom gosto e bom corte, a preços mais acessíveis que a alta-costura, na sua boutique Rive Gauche, em Paris. Foi também o primeiro estilista do mundo a usar manequins negras em desfiles de moda.
Um dos símbolos máximos da sofisticação e do bom gosto, por quase quatro décadas, amigo de algumas das mais ricas e famosas mulheres do mundo, todas suas clientes, como Diane von Furstenberg, Loulou le La Falaise e Catherine Deneuve, St. Laurent, com a parceria administrativa do seu companheiro Pierre Bergé, transformou a YSL num ícone da moda, que apresentou mais de setenta colecções de alta-costura e lançou uma infinidade de produtos que levam a sua marca, e que são vendidos em toda a parte do mundo.
Yves St. Laurent
Em Janeiro de 2002, o estilista anunciou que deixava o mundo da moda, durante a apresentação de um desfile seu, que incluiu uma retrospectiva de todas as suas criações, ao longo dos quarenta anos de carreira. Morreu em Paris, em 2008.
Em Fevereiro de 2009, a sua colecção de arte (em conjunto com o ex-companheiro Pierre Bergé) foi leiloada por 370 milhões de euros - um record para leilões dessa natureza. Do acervo artístico constavam antiguidades chinesas, pinturas de Matisse e esculturas de Brancusi.



“Nada é mais belo do que um corpo nu. A roupa mais bela que pode vestir uma mulher são os braços do homem que ela ama. Mas, para aquelas que não tiveram a sorte de encontrar esta felicidade, eu estou lá.”

YVESSAINTLAURENT Spring/Summer 2012

Yves Saint Laurent reinventa o clássico chique. Sob a direcção de Stefano Pilati, director de criação, a marca traz modelos vaporosos com estampa de seda. Sofisticação, feminilidade e elegância são qualidades que se conjugam nesta colecção. Elevou-se o glamour com decotes sedutores, jóias e pedras preciosas numa colecção forte, diria poderosa, com perfume masculino e uma imagem feminina audaz e charmosa. O color blocking - lançado por YSL - esteve em destaque, em tons mais suaves, assim como o eterno e básico vestido preto, mas com brilho.

 

 

       

        



 









Se Yves Saint Laurent tivesse uma religião a divindade seria a mulher. Alta tensão: paixão! Entre energia feroz e tranquilidade delicada. O seu mote? Deslumbrar... ao estilo "boémio chique"!



A guerra dos sapatos: Louboutin e Yves Saint Laurent disputam propriedade da "sola vermelha"


Sapato assinado por Louboutin (vertical)
Tratou-se de um típico duelo de agulhas. Um juiz de Nova York devia determinar se os sapatos femininos com "sola vermelha" eram propriedade do estilista francês Christian Louboutin, que processou, em Abril de 2011, o seu rival Yves Saint Laurent por "violação de marca comercial" e "competição desleal", depois de os sapatos com "sola vermelha" começarem a aparecer nas lojas YSL de Manhattan.
A empresa de Louboutin pediu ao juiz que ordenasse a retirada imediata das lojas, dos sapatos em questão, como medida conservadora e sem esperar a decisão judicial, argumentando que:
  • a sola vermelha existe desde 1992, e permite reconhecer imediatamente as criações de Louboutin no mundo inteiro, para além de ser uma marca registada, nos Estados Unidos, desde 2008.
  • Dezenas de famosas calçam Louboutin, de Oprah Winfrey a Carolina do Mónaco, de Sarah Jessica Parker em "Sex and The City" a Jennifer López no videoclipe "Louboutins".
  • Os sapatos de "salto alto e sola vermelha" passaram a ser a imagem de marca/assinatura do designer, apesar de o "toque vermelho" nos sapatos dos poderosos remeter a tempos longínquos: Luis XIV usava saltos vermelhos que se tornaram um privilégio reservado à aristocracia, e os papas calçam desde sempre sapatos vermelhos, uma tradição que remete à Roma Antiga.
Sapato Yves Saint Laurent
  • O renome da marca Christian Louboutin e da "sola vermelha" é tal que, em 2009, a empresa assinou um contrato de um ano com a Mattel, fabricante da Barbie, pelo que três modelos da boneca, produzidos nesse ano calçam sapatos de "sola vermelha".
  • A empresa exigia, ainda, 1 milhão de dólares de indemnização por danos morais, argumentado que "a sola YSL era simplesmente uma falsificação. Causava confusão ao cliente e que o sapato não precisava ser 100% igual para ser considerado uma imitação".
Sapatos de sola vermelha Loubotin
"Sapatos sola vermelha", Louboutin
Em Agosto de 2011, Louboutin perde a acção em tribunal contra Yves Saint Laurent - "Sapatos de sola vermelha", a qual, a ser ganha, proibiria a venda de todos os sapatos com solas vermelhas da colecção "resort 2012" da Yves Saint Laurent.
O juiz Victor Marrero, em Nova York, rejeitou o pedido Louboutin para que as vendas fossem suspensas enquanto decorria o julgamento: 
- "Porque a cor na indústria da moda serve funções ornamentais e estéticas vitais no negócio, o tribunal considera que é improvável que Louboutin seja capaz de provar que a sua marca "sola vermelha" tenha direito à protecção", foi o veredicto.


YSL e o imaginário feminino

Yves Saint Laurent alimenta a sua imaginação com as suas viagens e fotos de lugares distantes, que abrem todas as suas potencialidades criativas. É um verdadeiro visionário, que embeleza as mulheres, sem nunca se impor sobre elas. Ele está atento a cada história de vida e revela a beleza em toda a sua diversidade e riqueza, como um discreto embaixador da graça e sensualidade.


                                                  


YSL, Inverno 2013

Na apresentação de inverno 2013, YSL assumiram maior relevância as peças clássicas e poderosas. Primeiramente, o couro apareceu discreto, em detalhes como lapelas e punhos, depois apareceu em calças, blusas e casacos em cores como preto, verde e vinho. As peças de alfaiataria exibiram corte e caimento invejável, formando produções muito elegantes. Com decotes e recortes nas costas, os vestidos de trama metálica, exalaram sensualidade na passerelle. As calças de cintura alta relembraram o passado da griffe, revivendo, o sempre presente, Le Smoking. Outro destaque do desfile foram os macacões, que receberam aplicações na gola e cintura bem marcada, por cintos largos.

                               
               










Fontes: Wiki, Encontro da Moda, Sapo.pt, Agência France-Presse, GETTY, SEPHORA, MODA SPOT.COM.















Sem comentários:

Enviar um comentário